ANABOLIZANTE MATA

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ADE

 

Injeção de vermífugo com ADE deixa jovens em coma em GO

 

Jovens injetam produto veterinário (ADE - vitaminas A, D e E) no próprio corpo em quantidade exagerada na busca insana por músculos e terminam na UTI

 

A obsessão por músculos fortes e definidos levou os adolescentes Caíque Borges e Silva e Pedro Paulo Eustáquio Gomes, ambos de 16 anos, residentes em Caiapônia (GO), a injetarem em seus corpos vermífugo associado a complexo vitamínico, produto de uso específico para animais. A constatação é do delegado de Polícia Civil de Piranhas de Goiás, Joaquim Filho Adorno Santos, responsável por investigar o episódio que chocou os moradores do município, que fica a cerca de 330km de Goiânia. Até ontem à noite, os dois garotos permaneciam internados em coma, respirando com a ajuda de aparelhos. Um terceiro rapaz, que também teria participado da ação arriscada, não foi localiz

Caíque Borges foi submetido a uma cirurgia nos braços na tarde de ontem para conter uma infecção. Conforme boletim médico do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), ele apresentava febre e estava em estado gravíssimo. Pedro Paulo foi transferido pela manhã para o Instituto de Neurologia de Goiânia e, à noite, continuava na unidade de terapia intensiva em estado grave.

O diretor-geral do Hugo, Salustiano Gabriel Neto, informou que a reação do organismo humano aos produtos injetados foi extremamente rápida. Segundo ele, pela manhã, ambos já apresentavam comprometimento renal, respiratório e cerebral. O diretor informou ainda que seria preciso aguardar a estabilização do quadro para definir o melhor encaminhamento terapêutico. O médico disse que em outros casos semelhantes as pessoas morreram.

Essa não foi a primeira vez que Caíque Borges, com o propósito de ter um corpo musculoso, recorreu ao uso de produtos que oferecem riscos à saúde. A mãe dele, Lúcia Ferreira da Silva, 39 anos, disse que suspeitava de que o filho fizesse uso de substâncias que prometem milagres. Em princípio, conforme afirmou, a família acreditava que ele usava anabolizantes.

Segundo ela, em outra ocasião, a família descobriu e conversou com o jovem, que aparentava ter abandonado o uso. “Ele estava tendo problemas com pressão alta. A gente perguntava, mas ele negava.” O pai de Caíque, o comerciante José Divino Ferreira Borges, 52 anos, diz que é difícil descobrir a fonte do comércio de tais produtos em Caiapônia. “Eles (os comerciantes) são muito fechados”, afirma. José Divino lembra que o filho sempre falou em ter o corpo musculoso, o que o ajudaria a “pegar mulheres”. Traumatizados com o drama vivido pelo adolescente, familiares de Pedro Paulo preferiram não dar entrevistas sobre o assunto. Os dois jovens são vizinhos e amigos de infância de Caíque.

Dose
A polícia apreendeu o frasco do vermífugo Ivermic AD3E, injetado pelos dois adolescentes. Foram consumidos 230ml dos 500ml que o frasco continha. Junto com o produto, de uso veterinário, foram encontradas 14 seringas. Em bois e cavalos, a dose indicada é de 1ml para cada 50kg de peso. “Tudo indica que eles aplicaram todo esse conteúdo de uma vez só”, contou o delegado Santos, que também responde por Caiapônia. Nesse caso, cada adolescente, com peso entre 60kg e 65kg, pode ter usado o correspondente a cem vezes a dose para animais.

A foto abaixo mostra a aparência típica dos músculos de pessoas que injetaram ADE de uso veterinário no corpo:

Pessoas que injetaram ADE veterinário no corpo

A foto revela que o músculo inchado por ADE está longe do ideal de beleza buscado por aqueles que fizeram uso do produto.

Ao invés de parecer forte e saudável, a musculatura afetada pelo ADE tem aparência de uma bolsa cheia de água, de uma coisa mole e sem traços bem definidos. Fica evidente que o músculo não está bem desenvolvido, mas inchado, com aspecto mórbido.

Também se pode notar que há um inchaço localizado, prejudicando a simetria do corpo, tornando o indivídio esteticamente não desejável. É claro nas fotos que o tamanho do bíceps não acompanha proporcionalmente o tamanho do antebraço.

Portanto, a pessoa que faz uso do ADE veterinário com a intenção de ficar com um corpo mais bonito está cometendo um tremendo equívoco, pois acaba ficando com o corpo mais feio, isso quando não chega a ficar bizarro.


Os produtos veterinários ADE:

Produto veterinário ADE - Vitaminas A, D e E para animais

Os produtos veterinários ADE não foram desenvolvidos para suprir necessidades vitamínicas humanas, mas de animais. Alguns deles ainda são incrementados com substâncias antivermes.


Veja a descrição do ADE da Pfizer:

A-D-E Injetável Emulsificável Pfizer é um produto estéril e pronto para uso. Contém as Vitaminas A, D3 e E em quantidades equilibradas, capazes de atender as exigências orgânicas dos animais, constituindo, pois, eficaz tratamento quer curativo, quer profilático, nas hipovitaminoses A, D e E. O produto com ação emulsificante contribui para melhorar, acelerar e potencializar a absorção das vitaminas A, D e E proporcionando um considerável aumento nas suas reservas hepáticas e disponibilidade orgânica.

As indicações para uso do produto estão longe de ter qualquer benefício para humanos:

A-D-E Injetável Emulsificável Pfizer é indicado como fonte de vitaminas A, D e E para bovinos, eqüinos, suínos, caprinos e coelhos. Recomenda-se o uso do produto nos seguintes casos:

- Prevenir doenças carenciais de vitaminas A-D-E.

- Suprir as reservas vitamínicas em fases difíceis do ano.

- Aumentar a resistência às infecções.

- Auxiliar no tratamento de doenças infecciosas

Por fim, é interessante observar a dosagem para cada tipo de animal e os cuidados na administração:

Modo de uso e dosagens: A-D-E Injetável Emulsificável Pfizer é indicado por via intramuscular ou subcutânea, nas seguintes doses:

Bovinos e eqüinos: Animais jovens: 1mL para cada 50 Kg de peso, cada 45 dias. Recria e engorda: 5 mL/cabeça, cada 120 dias. Animais em confinamento, reprodução, gestação ou lactação: 5 mL/cabeça, cada 75 dias.

Suínos: Leitões até 3 meses: 0,5 mL/cabeça. Recria: 1 mL/cabeça, cada 75 dias. Porcas em gestação e reprodutores: 3 mL/cabeça, cada 75 dias.

Ovinos e caprinos: Animais jovens: 0,5 mL/cabeça. Reprodutores: 2 mL/cabeça, cada 75 dias. Coelhos: Reprodução: 0,5 mL/cabeça, cada 75 dias.

Atenção: Não se recomenda o uso em cães e gatos.

Precaução: Deve-se observar que em determinadas regiões, podem ocorrer casos raros de animais que em seguida à aplicação de medicamentos injetáveis contendo vitaminas, podem apresentar reações de hipersensibilidade individuais (hipersalivação, incoordenação dos movimentos, edema das mucosas ocular e vaginal), que podem desaparecer espontaneamente em alguns minutos. Quando se tratar de animais hipersensíveis, recomendamos aplicar, via intramuscular ou endovenosa, produtos anti- histamínicos (Prometazina 100 a 150 mg, ou Fenergan, 2 a 3 ampolas de 2 mL), e ainda corticosteróides, nas dosagens recomendadas pelo fabricante.

Leitura dos dados fornecidos pelo fabricante demonstram claramente que o produto é para uso animal, e não para uso em humanos.

O caso registrado pela imprensa em GO é emblemático. A imprensa faz o comum estardalhaço em torno do fato chamando a matéria como mais um caso de polícia envolvendo anabolizantes e jovens na busca por um corpo perfeito.

Ocorre que o ADE não é um anabolizante esteróide sintético. Trata-se de um complexo vitamínico para uso animal.

O caso revela mais uma vez o problema da falta de informação e de educação dos brasileiros, principalmente os de classe menos privilegiada.

Os jovens que estão em coma injetaram um produto de uso animal e em quantidade absurda. Já seria um disparate a injeção de ADE numa pessoa na dose de 1 ml por 50 kg, imagine o que se esperar da injeção de 100 ml?

Se a dose de 1 ml para um animal pode implicar em graves efeitos colaterais, é óbvio que uma dose 100 vezes maior num ser humano seria catastrófica.

Fica o alerta para todos os praticantes de musculação. O ADE de uso animal não pode ser administrado em humanos. E se o for, não irá deixar a pessoa com músculos mais bonitos, muito pelo contrário, ficarão feios, inchados. O próprio inchaço do músculo já é um efeito colateral do uso do produto veterinário em humanos.


Veja o que se diz sobre o ADE e sua administração por humanos:

Um dos óleos mais utilizados por jovens que desejam um músculo mais avantajado é o ADE, um conjunto de substâncias utilizado para bois, cavalos, carneiros, porcos, que servem para suprir a deficiência de vitaminas no corpo do animal. Como um combustível, os jovens fazem um coquetel de substâncias e injetam nos músculos para um rápido crescimento, sem se preocuparem com os riscos que essa injeção pode trazer. (Tribuna do Norte)

O ADE, também usado pelos jovens, é um complexo vitamínico que pode causar necrose do músculo se mal aplicado. Pagnani contabilizou pelo menos 30 casos recentes de graves seqüelas decorrentes da má aplicação do ADE. Desde 1998, há pelo menos quatro mortes documentadas no país relacionadas aos anabolizantes. A associação prepara uma campanha contra o uso dessas substâncias. (Folha de S. Paulo)

Sem efeito anabolizante, o ADE provoca uma inflamação quando injetado no músculo. A substância fica “encapsulada” e infla o local, o que pode ser confundido com hipertrofia muscular. Pode causar necrose dos tecidos, amputação e até morte. (Folha Cotidiano)

Leia o que diz Paulo Gentil sobre o uso de substâncias para causar inchaço nos músculos:

Praticamente todo freqüentador de academia tem algum grupamento muscular que deseja desenvolver de maneira prioritária. Pode ser o bíceps, que poderia ser um pouco maior; a panturrilha, que não acompanha o desenvolvimento da coxa; ou a coxa, que se mostra desproporcional em relação ao tronco.

Tais desequilíbrios, via de regra, são originados por falhas no treinamento, limitações genéticas e/ou problemas psicológicos, como a dismorfia muscular. No entanto é difícil que se tenha humildade e sabedoria para reconhecer os problemas e corrigi-los de forma saudável e eficiente.

Ao invés disso, tem ocorrido uma busca irracional pela “hipertrofia localizada”, que culminou com a injeção de óleos dentro de determinados grupamentos musculares. Apesar de ser perigosa e não ter nenhum suporte técnico, ou ao menos explicação supérflua. Essa prática tem se tornado assustadoramente comum, produzindo sérios efeitos lesivos e, dentre os sobreviventes, verdadeiras aberrações.

Dentro os óleos injetados localmente três merecem destaque:

Esiclene (formebolone, hubernol)

Das drogas usadas para se obter crescimento localizado, está é provavelmente a mais antiga, sendo produzida pela primeira vez na Itália, no final da década de 60. A Esiclene não promove aumento volumétrico em longo prazo, mas sim uma violenta inflamação aguda no local da injeção, que é removida após poucos dias, levando o inchaço a desaparecer totalmente em 2 a 3 semanas.

A dor provocada pela injeção desta droga é tão forte que normalmente se adiciona anestésicos locais, como lidocaína, nas ampolas, para minimizar o sofrimento do usuário. O andar robotizado de alguns fisiculturistas durante as apresentações normalmente é conseqüência da aplicação de Esiclene nas panturrilhas.

Synthol (Pump N Pose)

O Synthol é composto basicamente de triglicérides de cadeia média, álcool benzóico e lidocaína. Novamente a adição de um anestésico (lidocaína) surge para minimizar a dor decorrente da injeção. O músculo é composto por um conjunto de fibras envoltas, em diversos níveis, por tecidos conjuntivos, não havendo praticamente nenhum espaço livre entre as estruturas. Assim, a introdução de uma grande quantidade de óleo causa a distensão e rompimento de diversos tecidos, vasos e nervos, daí a necessidade de se acrescentar lidocaína.

Conta-se que o Synthol foi criado por um alemão chamado Chris Clark, que desejava obter efeitos mais prolongados que os obtidos pela Esiclene. Para burlar os aspectos legais da venda de um produto tão ignóbil, seus vendedores o anunciam como óleo de pose, daí seu nome comercial de “Pump N Pose”.

No entanto é muito ingênuo acreditar que se paga 400 dólares em um frasco de 100ml de óleo de pose e mais ingênuo ainda acreditar que um óleo de pose teria lidocaína em sua fórmula.

ADE

No Brasil, a alternativa para o uso de Synthol e outros óleos, veio através de um medicamento veterinário de custo relativamente baixo e de fácil acesso: o composto vitamínico ADE.

Cada 100 ml de ADE, normalmente é composta de 2.500.000 a 25.000.000 Ul vitamina A, 500.000 a 7.000.000 Ul de vitamina D e 1.650 a 7.000 Ul vitamina E. Oficialmente, este produto é recomendado para tratar carências de vitaminas e infecções em bovinos, eqüinos, suínos, ovinos, caprinos e coelhos (há claras recomendações para não se usar em cães e gatos).

Por conter vitaminas lipossolúveis, o veículo do ADE é oleoso e seu custo é relativamente baixo, dada a matéria prima e destinação do produto. Assim, algum “gênio”, teve a infeliz idéia de iniciar a injeção localizada desta substância e criar uma versão tupiniquim do Synthol, nos presenteando com uma das práticas mais ignorante do mundo do fitness.

Como se pode notar, o ADE não possui o analgésico encontrado nos produtos acima, o que deixa sua aplicação mais dolorosa e torna mais difícil que uma grande quantidade seja usada de uma só vez. No entanto, muitos usuários burlam esta limitação com aplicações pequenas e constantes da droga, obtendo, em longo prazo, as mesmas deformações e efeitos colaterais que se pode com outros óleos.

Como funcionam

O que estas substâncias poderiam fazer pelo desenvolvimento muscular? A resposta é clara: nada. Nenhum desses compostos tem a capacidade de promover o anabolismo, muito pelo contrário o efeito mais claro de seu uso é a morte dos tecidos adjacentes.

Quando se aplica uma dessas drogas, apenas uma pequena parte é absorvida de imediato, o restante permanece estagnado no local. A grande quantidade de óleo é reconhecida pelo organismo como um corpo estranho dentro do músculo e, como meio de proteção, uma camada de tecido conectivo é formada em volta do óleo para evitar que ele se espalhe e cause mais danos. Ou seja, ao aplicar um desses óleos, não se está aumentando a massa muscular e sim criando uma espécie de tumor.

A inflamação aliada à presença dos óleos, leva ao aumento do volume no local, que permanece por alguns anos, até que o corpo consiga removê-lo totalmente ou, pior, até que ele destrua os tecidos e tenha que ser removido cirurgicamente.

Efeitos colaterais

O organismo pode não ser capaz de controlar adequadamente os processos lesivos decorrentes da presença do óleo, gerando uma progressiva destruição tecidual que leva ao comprometimento de toda a região, que culmina com a remoção cirúrgica dos tecidos mortos e, em casos extremos, leva a amputações. Apesar de parecer distante para muitos usuários, nos Estados Unidos, onde esta moda se espalhou e ganhou proporções absurdas, as amputações já ocorrem, e há quem diga que são relativamente comuns.

Outro problema grave é o próprio ato de injetar os óleos, o que normalmente é feito pelo próprio usuário ou por outra pessoa despreparada, sem nenhum conhecimento de anatomia. Normalmente os locais onde se aplicam as drogas são altamente vascularizados, como bíceps e panturrilha, o que aumenta exponencialmente o risco de se atingir ramos do sistema circulatório durante a aplicação. Caso esta substância caia na circulação o risco de morte é real e iminente, podendo causar embolias, ataques cardíacos, infartos, derrames cerebrais ou outros problemas graves (um renomado fisiculturista profissional atingiu uma veia enquanto aplicava um desses produtos e quase foi a óbito por complicações cardiocirculatórias). Também são relativamente comuns os casos onde se atingem nervos, levando a paralisias irreversíveis. (para quem acha que isto é um alarde irreal, recomendo que veja uma foto onde se mostra a quantidade de nervos, veias e artérias dos locais onde se aplica o óleo).

Considerações finais

Por ser uma prática leiga, obscura e sem nenhum controle, será muito difícil obter dados oficiais dos problemas advindos do uso de óleos para crescimento localizado, mas já se ouve muitos relatos de efeitos colaterais sérios, como morte, embolia, infartos, amputações, paralisias e necroses.

Além dos males diretos, a facilidade em obter um aumento do volume de determinado músculo através de injeções localizadas está criando verdadeiras aberrações. O uso desses óleos está fazendo com que se perca o bom-senso, sendo comum vermos braços desproporcionais ao tórax, com uma aparência e consistência que denuncia claramente que aquilo não é músculo.

O treino correto e a alimentação disciplinada são meios valiosos não só de se obter benefícios estéticos, mas principalmente para se alcançar melhoras que atingem a saúde e outros aspectos qualitativos da vida. No entanto, as práticas saudáveis estão sendo substituídas por frascos de óleos. Usar artifícios que não trazem ganhos reais e, ainda prejudicam seriamente seu organismo é ignorância e não tem nada a ver com esporte, saúde ou com uma atitude racional e coerente.


Por tudo o que se viu aqui, não resta dúvida de que os produtos veterinários ADE não devem ser utilizados por humanos, e o seu uso para melhorar a aparência a qualquer custo é um péssimo negócio, pois vai deixar o usuário com o corpo feio ao invés de bonito. Alguém ainda duvida?

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